segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Um escroto (Tony Lopes)

Sou um escroto
Não creia no que sai da minha boca
Um porco
Nunca reparto os restos da minha ração
Um torto
Que vaga perdido por vielas e esgotos
Um louco
Que se diz poeta, mas sem ter convicção.

Sou um perverso
Não leia nunca meus infelizes versos
Um covarde
Sempre disposto a fazer alarde
Um canalha
Mais afiado que a lâmina de uma navalha
Um biltre

Que jura ser poeta apenas para parecer triste.

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