quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Éter (Tony Lopes)


E t e r n a m e n t e

Como

Éter    

Na

Mente

Avançando

Destruindo

Levando        

Ao

Profundo       

Inconsciente.

 

E t e r n a m e n t e

Como

Éter

Na

Mente

Esboçando

Denegrindo

Vingando

Invadindo

Inconseqüente.

 

E no cérebro feito uma nave errante

Perfurando as fronteiras do instante

 

E t e r n a m e n t e

Como

Éter

Na

Mente

Ignorando

Desviando

Refazendo

Arrancando

A

Corrente.

 

E t e r n a m e n t e

Como

Éter

Na

Mente

Evaporando

Despistando

Iludindo

E

Apagando

Sua

Mente.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O silencio (Tony Lopes)

O silencio
Companheiro de noites & dias calmos
Senhor das verdades
Mestre dos ignorantes.
 
O silencio
Companheiro de vitorias & derrotas
Senhor da justiça
Juiz dos imparciais.
 
O silencio
A medida certa do que é necessário
A dose exata do veneno & do antidoto
O dono da certeza.
 
O silencio
Essa linha tênue que separa
O momento
Em partes elegantemente desiguais.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sem muros (Tony Lopes












Aonde irei lutar agora

Se não há mais muros para derrubar

Nem inimigos para extinguir

 

Aonde devo combater agora

Se não há opositores a minha lei

Ou a minha fé

 

Quem preciso destruir agora

Se todos sucumbiram a minha espada

E sangraram derrotados

 

Quem necessito oprimir agora

Se todos foram totalmente aniquilados

E agora oram ajoelhados

 

 Eu venci

Agora eu sou a lei

Só lhe resta uma escolha:

Obedecer.

 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Cinza (Tony Lopes)


A velocidade do beijo corta a noite em pedaços desiguais

Feito carne de segunda em plena terça-feira pela manhã

E o sorriso da menina já não mais tão doce como uma maçã

Invade a calma da alucinação em raios flamejantes e azuis.

 

A paixão se insinua algumas vezes vestida de cinza

E em outras vezes totalmente nua e cintilante

E os versos controversos do poeta solitário ecoa

Em uma pagina em branco da sua mais tola sensação

 

Pássaros gigantes riscam a paisagem escurecida daquela madrugada fria

E eles, os dois perdidos numa noite imunda riem de quase tudo

Sem saber de nada sobre o amanhã que virá como uma tempestade

Cheia de raios com cores e odores que farão lembrar o passado

 

E no fim das chuvas e trovões só restara à certeza e nada além

Como retratos amarelados de um tempo que se foi

Sem deixar pistas om indícios de que realmente aconteceu

Naquela e em outras noites totalmente cinza.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Bem mais fácil (Tony Lopes)

É muito fácil admitir os erros depois de cometê-los
Eu quero ver admiti-los antes de cometê-los
Ai sim seria bem mais fácil perdoar
 
É muito fácil assumir os próprios erros
Eu quero ver você assumir os meus
Ai sim seria bem mais fácil te entender
 
É muito fácil sorrir do que acha engraçado
Eu quero ver você sorrir por estar enganado
E ai sim seria bem mais fácil rir
 
É muito fácil chorar quando se é magoado
Eu quero ver você chorar pelos meus pecados
Ai sim seria bem mais fácil perdoa-lo

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Escolha torta (Tony Lopes)

 
Antes
 
Bem
 
 Antes  
 
De te desejar
 
Eu queria te ver morta

 
                            (Hoje eu bem sei que fiz uma escolha torta)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O amor (Tony Lopes)


O amor é um jorro de vômito

Uma explosão de fluidos

O amor é nojento.

O amor é um jato de pus

Uma ferida aberta

O amor é um vírus.

O amor é um esguicho de sangue

Um corte profundo

O amor é uma doença.

O amor é um tiro a queima roupa

Um alvo infecto

O amor é uma crença.

 O amor é um erro intenso

Um salto sombrio

O amor é uma experiência.

O amor é um erro banal

Um desejo infantil

O amor é um caminho incômodo.

 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

DE CASAL (TONY LOPES)

DEITA-SE AO MEU LADO
E DEIXA UM IMENSO ESPAÇO ENTRE NÓS
DE UM LADO UM CORPO AVIDO
DO OUTRO APENAS SONHOS
DE COMO ERAMOS TEMPOS ATRAS.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Gordinha (Tony Lopes)


Você é o meu tesouro

O teu peso em ouro

E nada mais

Oh Minha doce criatura

Doce em fartura

Doce até demais

 

E amanhã de manhã

Quando eu te chamar de gordinha

Saibas que és minha só minha

E de mais ninguém

 

Depois no fim do dia

Quando a noite chegar

Com a lua bem cheinha

Estarei lá para te devorar.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

RETA (TONY LOPES)


UMA LINHA RETA SEPARA O ACERTO DO ERRO

A FLECHA DISPARA E ACERTA O INCERTO

O ALVO NA CARA NEM LONGE NEM PERTO

NA CERTA A SETA DESCOBRE O RESTO

 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A farsa (Tony Lopes)

A farsa esta no riso de dentes brancos
Na cara de quem não teme o ridículo
A farsa esta no inciso primeiro
Da lei do menor esforço
Esta nas linhas tortas da lei
Nas rotas incertas do rei.
A farsa esta no riso de lentes escuras
Nos olhos por trás da mascara
A farsa esta escrita nos escombros
Da cidade que não reclama
Esta nas paginas em branco
Nos passos de um povo manco.
A farsa esta no riso do outro lado da tela
Na voz quase ingenua na novela
A farsa esta na malemolência da menina
Na obediência quase canina
Esta nos que juram inocência
Nos que nos impõe a penitencia.
A farsa esta nos castelos e nas catedrais
Atrás das grades não mais
A farsa esta no congresso e nas bancadas
Onde não julgam mais nada
Esta de frente pros crentes
Esta de costas pra gente.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O que me move (Tony Lopes)

Não é mais o medo o combustível que me move
Nesta estrada traiçoeira e sinuosa
Onde o abismo se aproxima docemente
Não é mais a ânsia louca de fugir que me move
Nesta triste jornada de desejos perdidos
Que me acena do outro lado do breu
 
Nem a luz dos teus olhos de fogo
Nem a cor do teu sangue quente
Nem a certeza que perdi esse jogo
 
Não é mais a dor o alimento que me move
Nesta busca insana por um alento
Ou a calma de uma noite de sono
Não é mais o desejo de vingança que me move
Por essas rua fétida e assombrada
Que não dá em lugar algum
 
Nem a cor dos teus lábios de fogo
Nem a luz do seu coração em chamas
Só a certeza que perdi esse jogo.
 
 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Nós (Tony Lopes)

Nua
A carne
Ainda
Crua
 
Tua
A luz
Que
Acentua
 
Nós
Laços
Que se apertam
No espaço
 
Sol
Somos
Nós
E só
 
Nua
A alma
Insinua
E flutua